Olhar indiscreto
Solitário, vazio...
Abstraído, em vão.
Só sentido...
A própria sutileza!
Nada de intenção...
É final de tarde...
Jeito de arredio.
E capta silhuetas,
em sua percepção,
no silêncio da rua.
Beleza, essência,
retratos de arrepios...
Nobreza, discrição.
Tudo ali, a passar.
Gente desapercebida,
ao reverente baldio
e sua veneração.
Ao olhar indiscreto,
nada vai escapar.
Tardes a fio...
Livre de maldade,
pura distração
de tal mente ociosa,
sem tempo ou desafio,
pronta a balizar...
Assiduamente, pois não!
Prendas valiosas,
soltas, desprendidas,
alheias ao critério
da indiscreta visão.
Messias, 31.05.23