UM SOM DE SURDO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil.

UM SOM DE SURDO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros

Faço um verso chinfrim do nosso amor...

Que mais merecerias ? Um soneto ?

Do corpo, o que fica é esqueleto.

Que tal um poemeto sobre... a dor ?

Do nosso enredo, cada alegoria

foi tão vazia... apenas desfilamos

no ritmo de uma bateria

...sem ritmo. Será que nós sambamos ?

O verso hesita... torna-se rascunho

de uma lembrança vaga, inexpressiva,

inócua, a ideia improdutiva

é um rabisco vão de próprio punho.

A estrofe puxa outra, o poema

se forma gradativo, preguiçoso,

o enredo é triste, despretensioso,

e foge do que era o antigo tema.

Nosso desfile acaba, a dispersão

é tão silenciosa, a bateria

emite só um som, por ironia,

de um surdo sepultando...um coração.

Às 17h e 28min do dia 7 de janeiro de 2023 do Rio de Janeiro.

Registrado e Publicado no Recanto das Letras.

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