Oca
Tem certos dias que nós sentimos ocos
Como se a vastidão do mundo nos tomasse
E não nos restasse nada mais...
É tudo muito intenso
E o que nos resta é um vazio contumaz
Os excessos nos corroem e nos consomem...
Precisamos na nossa oca interna nos alojar
O vazio e o espaço de seletividade
Para o que deve ou não ali entrar...
A oca nos dirige a nossa essência original
Natureza plena, de um silêncio atordoante
De uma fuga e encontro necessários
em meio ao caos...
Devaneios que se mesclam com anseios
Vazios e densidades
Do se poder preencher algo
Quando tudo está vazio...
As vezes ey preciso esvaziar se
De dores, preocupações, tormentas
Mágoas ou decepções...
Jogar fora o que não deve mais dentro ficar
Para preencher com o que agrega
A vida e ao despertar...
Ana Lu Portes Juiz de Fora 18 de maio 2023