LAGARTA - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros

LAGARTA - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros

Quem te vê como lagarta,

te descarta

da intenção de ser, um dia, borboleta,

a inveja que alguns têm, nunca se farta

de matar, com seu olhar... de baioneta.

Quem reclama a vida inteira do que tem,

vê, em alguém, a alegria

... que o mata

e maltrata-se por nunca querer bem

quem já tem o que ele quer... mas não resgata.

Quem te vê - perdendo o tempo que lhe resta -

preocupando-se em fazer somente o mal,

se parece com a semente que não presta,

transformando o teu jardim no seu quintal.

Gente sórdida, ruim e leviana,

qual liana a sufocar a vida alheia

como víbora ruim e caninana,

cuja gana envenena a própria veia...

De miúda massa intracraniana, incapaz de produzir algo de bom,

essa gente tão ruim sempre se ufana

quando faz alguém cantar fora do tom.

Mas a vida que tu tens, cuja harmonia

se organiza a cada vez que te projetas,

sempre encontra uma nova moradia

no aconchego dos amantes e poetas.

Não te importes com essa triste miopia

de quem só se vê no espelho mais sombrio,

pois se a vida dessa gente é tão vazia,

o seu mal, diante de Deus, de é mais vazio.

Entretanto, se és lagarta, o teu voo

te liberta pois tu tens tua própria luz

e se alguém não te faz bem, eu te abençoo,

com o melhor verso que o meu amor produz.

Às do dia 10 de maio de 2023 de Cabo Frio, Rio de Janeiro - Brasil.

Registrado e Publicado no Recanto das Letras

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