Sentido

Inerte

Imersa nesta pandemia

De confusões

Desilusões

Fracassos e

Decepções

Rejeitada pelos padrões sociais

Solta em devaneios existenciais

Exausta de querer seguir

Mas sem forças pra prosseguir

Sem abstrair o que precisa ser abstraído

Gosto amargo na boca

Fel que escorre pelos lábios

Olhos que sangram as dores internas

Coração apertado

Acelerado

Descompassado

Sem forças pra resistir

Turbilhão

Imensidão

Depressão

Ansiedade

Insanidade

Que busca maturidade

Mas como?

Onde?

Quando?

De que forma?

Precisa de ajuda

Mas não a alcança

Seus braços são curtos

Seus passos vagueiam

Sem rumo

E sem prumo

Na vastidão do nada

Este vazio absurdo

Que grita

Esperneia

Quer eco e não tem

Só um absurdo buraco negro

A absorver toda a energia vital

Tem que levantar

Tem que resistir

Tem que lutar

Mas não consegue

Faltam lhe forças

Precisa delas

Mas onde encontrar?

Busca nos filhos

Em Deus

Na rotina

Nas expectativas

Nas conquistas

Mas tudo e uma imensa vastidão

Nebulosa, fria

E ao mesmo tempo escaldante

E desgastante..

Tudo lhe é estranho

E perfurante

Tudo a transpassa

Dilacera

E lhe soa sem sentido

Talvez aí esteja o fio condutor

que lhe levará a mudança

A busca e o sentido

De estar aqui

De existir

Mas onde o encontrará

Ele existirá?

E se sim

Porque ainda está tão perdida?

Oh alma humana

porque te preocupas com tantas coisas

acaso não confias em mim?

Basta saber ver, ouvir, tocar, sentir

Tudo te fala

Tudo te mostra

O sentido de ser e estar aí

Serene se

Silencie

Acalme se

Eu estou aqui.

Ana Lu Portes Juiz de Fora 30 de abril, 2023

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 30/04/2023
Reeditado em 30/04/2023
Código do texto: T7776437
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