NAS HISTÓRIAS DA VOVÓ, HÁ MUITA SABEDORIA
Geralmente, são compridas
De tanto ouvir, já sabemos
Por vezes, nós esquecemos
Que até já foram esquecidas
Pra trás ficaram perdidas
Pretextos da correria
E, por falta de empatia
A deixam falando só
Nas histórias da vovó
Há muita sabedoria
Quando, com vovó, estava
Eu ouvia atentamente
"Que mulher inteligente!"
Enquanto ouvia, eu pensava
Atentamente, escutava
As sagas qu'ela vivia
Pois, sempre que eu podia
Amava ouvir minha avó
Nas histórias da vovó
Há muita sabedoria
A geração atual
Mostra não ter paciência
Quem dera, ter consciência
Do quanto ouvir é legal
Que todo idoso, afinal
Precisa de companhia
Um saber que contagia
Do moderno faraó
Nas histórias da vovó
Há muita sabedoria
Fala tudo que viveu
Dos costumes do seu tempo
Obrigações, passatempo
Do grande amor que perdeu
Sua mente é um museu
Mostrado com maestria
Ao narrar nos contagia
E a garganta dá um nó
Nas histórias da vovó
Há muita sabedoria
Tantas lembranças da infância
Palavra-chave, respeito
Seus valores, com efeito
Princípios de relevância
Ensina-nos a importância
De agradecer cada dia
Entender a profecia
De vir e voltar ao pó
Nas histórias da vovó
Há muita sabedoria
Eu, que passo dos cinquenta
Aprendiz, por natureza
Algo que tenho certeza
Só será feliz quem tenta
Não avança quem lamenta
Vence quem, em Deus, confia
Conto história em poesia
Por ser meu maior xodó
Nas histórias da vovó
Há muita sabedoria.
Tânia Castro - 11/O4/21
Doutor Severiano-RN