Costume
Os dias vão passando
E a gente vai se acostumando
Com as noite mal dormidas
Com o café morno
Com o lanche apressado
Com o barulho exagerado
As tardes vão seguindo
E a gente se acostuma
Com a ligação não feita ou recebida
Com as roupas poidas
Com os pés rachados
Com as dores no corpo
A noite chega e a gente se acostuma
A sempre estar em casa
Com as olheiras na face
E o pensamento distante
Se acostuma com a vitalidade retida
E os sonhos engavetados
E de repente se passaram dias, meses, anos, décadas
E ficamos nos ali parados
Enquanto a vida e as oportunidades desfilavam a nossa frente
Inertes e acostumados a uma vida mais ou menos
Cômoda e " confortável"
Sem luta e cansaço
Mas sem brilho e mudanças
Inertes, feito uma estátua de aço
Impactante, mas que tambem se enferruja e se corrói com a ação do tempo...
Ana Lu Portes Juiz de Fora 22 de março, 2023