CASA DAS BONECAS
Na encosta suave do outeiro
Situa um singelo castelo
Branco com detalhe amarelo
Cortinas de renda nas janelas
Um jardim florido no contorno da esquina
Pequeno Lar de encanto e afeto
Os contíguos chamaram-no
Casa das bonecas
Seu declive não o concedeu
Nenhuma longa vista
Compensada alameda abaixo
Bela reserva ecológica
Manadeiro margeado por buritis
Mesclados com outra variada flora
A casa das bonecas e suas rendas
Serviu-se no privilégio de muitas janelas
Sobre o teto da densa urbe
A varanda assiste no cotidiano
Alba dourada espelhar o dia
Plenúrio prateado alando azul Royal
No acalmar de alguma bátega
O arco íris desenha-se em cores
As rendas franzidas circundam
Caprichados jardins e quintais
Com indiscretas miradas
A casa branca e amarela
Na tardinha do ausente horizonte
Rebate embolado crepúsculo
Na muralha ao fundo de seu horto
Agracia espetáculo de fogo vermelho
Iluminando a orquestrada revoada
De aves recolhendo-se em ninhos
Uma serenata em coral afinado
Uníssonos na batuta da noite
Os acordes finalizam as pautas
Aconchegando o castelo em paz
Mariaga
Arrebol na muralha
Gratidão e Benção ao poeta, Vilmar Donizetti Pereira, por sua sublime interação em oração...
Eu amo anjos!
ANJO DO SEU JARDIM
Esse anjo que anda pelo seu jardim,
E que fica bem postado de sentinela,
Te dá a lua amarela e a estrela escarlatim
Que vêm reluzir na fresta da sua janela.
Por entre as fragrâncias das flores,
Dessas primeiras noites quentes e outonais,
Que emanam todos os resplendores
Da abóboda bela dos campos espaciais.
Enquanto, dorme ou escreve uns devaneios,
Circundado por esse fascinante paraíso
Que alimenta os seus amores e anseios,
Para no amanhecer ter um largo sorriso...
Vilmar Donizetti Pereira
Amém... Amém!