VOZES LACRIMAIS - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros
VOZES LACRIMAIS - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros
Quando a voz cala, nosso olhar fala por ela...
cada sequela se esgueira pela fresta
de uma modesta emoção que se revela,
quando tristeza e solidão é o que nos resta.
A nossa lágrima desenha em nosso rosto,
a contragosto do que queira a fantasia,
a nostalgia que traduz nosso desgosto
e a maquiagem não disfarça a agonia.
Porém se a lágrima é capaz de traduzir
o desencanto que produz um dissabor,
o refletor que cega a dor, nos faz sorrir
e a mesma lágrima infeliz, fala de amor.
Os sentimentos não têm só um dialeto...
... quem seleciona a expressão do que se sinta,
é o que se guarda e que se torna predileto,
quando o projeto se dilui na cor da tinta.
Se o resultado não reflete o que se pinta,
e o que se sinta é amor e não tristeza,
que esse amor resgate a paz
e não consinta
que nenhum pranto tenha a dor por natureza.
Às 9h e 37min do dia 19 de fevereiro do Rio de Janeiro.
Publicado e Registrado no Recanto das Letras.