Tempo

A noite te falo

Amanhã te encontro

Depois te ajudo

Quando der eu volto

Qualquer dia a gente sai...

E estamos assim

Sempre protelando

Nossa essência

Nossa presença

Para um tempo

Que nem sabemos se existirá...

E os ponteiros rodam

O dia vai, a tarde chega, a noite se aproxima

E todo o dia a mesma rotina

De ir e vir

De cumprir horários

Atender as tarefas

Dar conta das obrigações

Afinal tempo é dinheiro

E não percebemis que ele é mais

Muito mais que uma moeda

Porque ele não se recupera por moeda alguma...

Não há valor que pague ou apague

O abraço não dado

O adeus não falado

O carinho negado

O afeto protelado...

Tudo escoa neste imenso ralo do tempo...

É preciso que estejamos atentos e despertos

Para não sermos atropelados pelos ponteiros

E irmos nos escoando junto neste esvaie

Dos segundos, Dias, horas, meses, anos e estações

Pois a vida é efêmera

O tempo se esvai

E corremos o risco de estarmos tão ocupados

Com o assento, os passageiros, a passagem e perdermos a beleza da paisagem...

Ana Lu Portes, Juíz de Fora, 16 de março, 2023

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 16/03/2023
Reeditado em 16/03/2023
Código do texto: T7741580
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.