Máscaras
Passei meia vida procurando ser perfeito
E a outra tentando alegrar os outros
Eu me mutilei para me enquadrar
Porém julgaram minhas cicatrizes
Talvez narciso tenha se afogado
Pois só teu reflexo poderia agradar-te
Talvez a vaidade ande junto as amarras
E a prenda de vez junto a opinião alheia
Acho que já tenho preocupações demais
Pouco me importa alegrar os distantes
Pois tenho miopia para enxergar os senhores
Quero apenas importar-me com os que me entendem
Pouco lembro dos que suportam minhas crises
Jamais vi um riso dos que me criticam
E eu me esforcei tanto para cair na vala
Que o teu orgulho pra mim tornou-se nada
Sujou-me a ponto de me pintar como “ovelha negra”
Mas não contou aquela parte que molharia meu poema
Porém estavas ocupada demais com aquela tinta
Que da sua arte tornou-se euforia
Houve um baile onde todos estavam com máscaras
Pois não reconheci um mero humano naquele salão
Porém o som alto rachou toda a porcelana
Revelando todas as dores da vida mundana…