Máscaras

Passei meia vida procurando ser perfeito

E a outra tentando alegrar os outros

Eu me mutilei para me enquadrar

Porém julgaram minhas cicatrizes

Talvez narciso tenha se afogado

Pois só teu reflexo poderia agradar-te

Talvez a vaidade ande junto as amarras

E a prenda de vez junto a opinião alheia

Acho que já tenho preocupações demais

Pouco me importa alegrar os distantes

Pois tenho miopia para enxergar os senhores

Quero apenas importar-me com os que me entendem

Pouco lembro dos que suportam minhas crises

Jamais vi um riso dos que me criticam

E eu me esforcei tanto para cair na vala

Que o teu orgulho pra mim tornou-se nada

Sujou-me a ponto de me pintar como “ovelha negra”

Mas não contou aquela parte que molharia meu poema

Porém estavas ocupada demais com aquela tinta

Que da sua arte tornou-se euforia

Houve um baile onde todos estavam com máscaras

Pois não reconheci um mero humano naquele salão

Porém o som alto rachou toda a porcelana

Revelando todas as dores da vida mundana…

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 01/03/2023
Código do texto: T7730464
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