Eremitério

E hoje procuro companhia

Mas só me cerco das Letras

As palavras desdenham do poeta

Satirizam sua solidão

Depreciando sua capacidade

De sentir e de escrever,

O aluir das lágrimas do vinho

Na arredia e capital taça

Desanuvia a preciosa sentença

Que ao poeta condena

A sozinho caminhar!

Mas hoje procuro companhia

E aquela mesa sozinha.

O frio parece aumentar

A dor me faz enxergar

Que a escolha escolhe

E tolhe a noite de seu lugar

Sozinho o poeta está

Cercado de Letras e rimas

Focado seres e cismas

Distante das pessoas vivas

Apenas com aquela taça de companhia

Ao longe ouço um burburinho

de crianças a brincar

Só aumenta o vazio

Da procura por companhia

Mesmo estando nos braços da Poesia!

Rubens Lôbo
Enviado por Rubens Lôbo em 21/02/2023
Código do texto: T7724547
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.