Eremitério
E hoje procuro companhia
Mas só me cerco das Letras
As palavras desdenham do poeta
Satirizam sua solidão
Depreciando sua capacidade
De sentir e de escrever,
O aluir das lágrimas do vinho
Na arredia e capital taça
Desanuvia a preciosa sentença
Que ao poeta condena
A sozinho caminhar!
Mas hoje procuro companhia
E aquela mesa sozinha.
O frio parece aumentar
A dor me faz enxergar
Que a escolha escolhe
E tolhe a noite de seu lugar
Sozinho o poeta está
Cercado de Letras e rimas
Focado seres e cismas
Distante das pessoas vivas
Apenas com aquela taça de companhia
Ao longe ouço um burburinho
de crianças a brincar
Só aumenta o vazio
Da procura por companhia
Mesmo estando nos braços da Poesia!