Rua da poesia, n° 8

Rua da poesia, n° 8

Nas entranhas da cidade

existe uma ruazinha

Lá moram muitos poetas,

tem arte em toda casinha

Os vizinhos são pintores,

são músicos e escultores,

Tem até uma adivinha

Lá todo piso é um palco

Toda parede um mural

Toda janela uma tela

E o tempo é atemporal

Todos respiram cultura

Na poesia encontram cura

Lá a arte é algo vital

A Rua da Poesia

É uma ilha na cidade

Cercada por mais do mesmo

Resiste com honestidade

A sua regra maior:

Não se render ao pior

Cultivando a liberdade

Todos tem os seus papéis

A vanguarda é o farol

E são os jovens artistas

Que contemplam o arrebol

Tem um menino na rua

Que de noite apaga a lua

E de dia acende o sol

Quando chega o anoitecer

Tem um cachorro na rua

Que ao beber água da poça

Consegue beijar a lua

Uiva e se declara a noite

Rasga o som como um açoite

Pela madrugada nua

De dia ao amanhecer

Transeuntes na calçada

São todos peculiares

Naquela rua isolada

Tem cartomante e profeta

No fim da rua um poeta

Sua palavra é sagrada

E lá quando a noite cai

O céu nunca se escurece

Quem tem luz da poesia

A escuridão desconhece

Essa luz na rua abunda

Lá toda arte é fecunda

Ninguém nunca se entristece

E por isso quando chove

Eles bebem a tempestade

O voyer apaixonado

Na rua vê liberdade

E o poeta com seu lirismo

Escreve sem nenhum sinismo

Sobre a sua saudade.

A arte representa a vida,

A música e poesia

Servindo pra elevar

E dando a alma alegria

A rua da poesia é sonho

Em um cenário tristonho

Uma ilha de fantasia.

Vivi Lissek
Enviado por Vivi Lissek em 11/02/2023
Código do texto: T7717052
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