Fome
Está seco o telhado,
É de barro,
Vão quebrar.
Como tudo nesta casa,
É bem frágil,
Faz chorar.
Vem o tempo,
Vem o homem,
Quase sempre a piorar.
Tem panela,
Tem ela,
Quase sempre a cozinhar.
Faz mais coisas,
As quais elas,
Não faz bem pronunciar.
Até hoje,
Após anos,
Põe-se o corpo a alugar.
Pela casa,
Pelos móveis,
Pelo ser a lhe habitar.