Isso não é uma poesia

Isso não é uma poesia

Talvez uma ode à essa geração

Tão desprendidos

Sexo quente e coração frio

Dividem a conta, os corpos, o afeto fútil

Movidos por um medo fantasiado de busca por prazer e desafio

Não ouso definir o que é amor

Mas sei que se embrenhar nas curvas do conhecido não é a solução.

Incessantemente buscar por mais, também não.

A verdade é que cada amor carrega as cicatrizes da solidão

Do desmamar da mãe, da primeira vez que ouvimos um “não”

Da palavra hostil do pai ausente e da frecha de luz acessa quando temíamos a escuridão

Por isso eu sou, e sempre serei, antiquada

Uma fiel guerreira contra a liquidez das relações

Não quero aventuras fugazes e exageradas

Nem quero tocar a carne fria de quem não me oferece nada mais do que indagações

Eu sou a fragilidade que resiste, que insiste

Que quer aquele amor clichê, que falaram que nem existe

E a adolescente boba que existe em mim não se envergonha disso.

Mesmo que isso signifique ficar sozinha nesse mundo cheio de amores vazios.

Larissa Vianna
Enviado por Larissa Vianna em 11/01/2023
Código do texto: T7692009
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