O papel amassado
O papel amassado no fundo da gaveta,
junto aos pinceis ganha vida, na tinta e no coração.
Cada cor ali derramada, perdida,
registra-se n’alma em transformação.
O soluço reprimido se agita e se movimenta
seguindo sem direção...
São vermelhos, amarelos,
muitos sóis...
Ecoando n’ amplidão.
As lágrimas escondidas pingam cores no papel.
Misturadas, entrelaçadas,
brancas, rosas ou carmim.
Tem azuis celestiais
ou bem verdes querubins,
cobrindo o céu de verdades.
Transmutando o papel enfim.
Valnia Véras