A CIDADE ACORDOU AGITADA (E NINGUÉM PARA PRA VER SUA DOR)

A cidade acordara agitada

Carros e motos disputando espaços

E todo mundo voltando ao trabalho

Mais uma segunda-feira de dezembro!

Sinais fechados tornaram-se abertos

Muitas buzinas assustando o povo

A cidade viva se movimentava

E não podia parar um minuto

Para observar a minha dor

O mundo gira

A história prossegue

E cada um que carregue suas cruzes.

O sol nasce

Há dias de chuva

A Lua embeleza a noite

Na companhia das luzes e planetas

A Terra gira

E nunca para para observar sua dor.

Vida que segue.

Vidas que nascem

Enquanto outras partem.

E ninguém para para ver sua dor.

Dor do mendigo, do desempregado

Dor do órfão, da viúva, do desenganado

Dor do prisioneiro, dor da prostituta

Do refugiado.

Carros e motos disputando espaços

E a cidade continua agitada

E ninguém para pra ver sua dor.

José Daniel da Silva
Enviado por José Daniel da Silva em 24/12/2022
Código do texto: T7678984
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.