TESE
TESE
dejane matos
Sinto-me cansada
Dessa rotina vazia;
Dos poemas sem vida
Que tento escrever.
Das palavras repetidas
Que não fazem sentido
À quem quer ler...
Tenho pensado
Em dar um tempo,
Buscar refúgio no alento
Do meu próprio eu.
Quem sabe
A solidão me inspire
E eu renasça das cinzas,
Como muitas vezes já me aconteceu?
Ando desanimada
De escrever sempre a mesma coisa
Da qual me fartei.
Onde foi que perdi
Toda aquela apetência
Que um dia despertei?
Talvez eu precise ler coisas diferentes
Conhecer novas pessoas,
Para ver que a inspiração não morreu.
Para me conformar
De que ela apenas durma
Nos braços de Morfeu.
Talvez eu precise apenas
Do silêncio...
Um pouco de sossego.
Acalmar esse turbilhão
Que tenta me afogar
E me encher de medo.
Quero que seja como antes,
Onde bastava um sorriso
E o mundo se abria.
Hoje, me sinto de lado,
Não quero ser uma coitada
Alimentando-me do passado
Que me angustia.
Devo para de reclamar;
E me entregar as maravilhas
Que tenho ao meu redor
E que vivem se mostrando.
Sou filha do vento e irmã da Lua
Já devia saber que
Mudar a direção
Faz parte do plano.
Hoje, sinto que algo me angustia
Mas amanhã é um novo dia
E com certeza eu terei
Novos motivos para sorrir.
E, quem sabe eu seja agraciada
Com a visita da ilustre poesia,
Que fará minha primavera florir!