O meu eu? (in)felizmente lírico
Senhores, quero que os senhores curem ou faça propagar o meu problema…
Eu estou doente, dentre meus afazeres eu prefiro o poema!
Sou aquele eco persistente de barreto com chapéu presente!
Que disse aos demais ausentes que voltaria com os poemas pendentes
Sou bardo e isso é hilário…
Pois descobri que essa profissão não recebe salário
Favor me curem ou comprem meu livro
Pois os médicos cobraram alto pela remoção de meu respiro
Esse lírico sapeca que me dá insônia…
E no meio da noite lembrou de uma certa sonia?
“Poema é problema” disse papai com um vinho em mão
Mas os irmãos de versos ensinaram-me como se usa o limão…
“Poema é problema” disse minha vó com pratinho com bolo
Mas com um acompanhamento de café na bancada sorriu pros “bololo”
“Poema é solução” disse professor de teatro com “rei lear” um retrato
Disse que deveria tirar todos esses versos do meu quarto
“Poema é lindo” disse uma antiga amada com a rosa acompanhada
Eu confesso que aquele sorriso me fazia gritar por teu nome na madrugada
“Poema é um dom” disse o repórter com meu rosto em sua lente
Virei matéria de blog em um sarau de repente…
Bem-vindos ao meu mundo de poucas páginas.
Sou o poeta de chapéu título e muitas palavras
poema, poesia verso e euforia
Esse papel é meu então o verso rima.