“O poeta das ruas escuras”

Saúdo as badaladas com andar arrastado

Um livro debaixo do braço

Parado! Isso é um grito alto.

Pois passarei todos os versos escritos no telefone

E a ponta do dedo na carteira não faz arminha

Dentre todos os becos sem postes

Onde se escondem todos os males deste mundo

Eu com meu relógio de prata em bolso

Agarrando a hora como um último segundo

Vi borboletas voando baixo

Pois os espíritos ecoam a tal vontade do fogo

Adentre as terras escuras com teu fogo e lampejo

Pois meus versos eu mesmo os despejo

O luar deu luz ao meu velho chapéu

Talvez hoje em homenagem a eles, eu leia cordel

E coloque o chapéu no microfone para lembrar de minha casa

Mas eu verbe e reverbe um poema pelos que já se foram

Talvez não possa ser patrimônio só deste estado

Pois ecoaram em outros meu poema

Mas todos saúdam o poeta da vizinhança

Mas não esqueçam o bairro que ele cresceu quando criança

Acho que estou no canto do poeta

Onde mencionei um certo coração de pedra

São minhas linhas tortas

Para aqueles becos escuros uma certa perda

Pois porque tornei-me tão grande?

Sou o bardo de alaúde quebrado

Texto engasgado e violão desafinado

Que dos calos não se faz mi, pois mais um verso a vida tirou de mim

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 06/11/2022
Código do texto: T7644328
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