“O poeta das ruas escuras”
Saúdo as badaladas com andar arrastado
Um livro debaixo do braço
Parado! Isso é um grito alto.
Pois passarei todos os versos escritos no telefone
E a ponta do dedo na carteira não faz arminha
Dentre todos os becos sem postes
Onde se escondem todos os males deste mundo
Eu com meu relógio de prata em bolso
Agarrando a hora como um último segundo
Vi borboletas voando baixo
Pois os espíritos ecoam a tal vontade do fogo
Adentre as terras escuras com teu fogo e lampejo
Pois meus versos eu mesmo os despejo
O luar deu luz ao meu velho chapéu
Talvez hoje em homenagem a eles, eu leia cordel
E coloque o chapéu no microfone para lembrar de minha casa
Mas eu verbe e reverbe um poema pelos que já se foram
Talvez não possa ser patrimônio só deste estado
Pois ecoaram em outros meu poema
Mas todos saúdam o poeta da vizinhança
Mas não esqueçam o bairro que ele cresceu quando criança
Acho que estou no canto do poeta
Onde mencionei um certo coração de pedra
São minhas linhas tortas
Para aqueles becos escuros uma certa perda
Pois porque tornei-me tão grande?
Sou o bardo de alaúde quebrado
Texto engasgado e violão desafinado
Que dos calos não se faz mi, pois mais um verso a vida tirou de mim