De sono lento

De sono lento, quase amanheço

Vou vivendo sempre de hoje em diante

Depois que tardo, vou até que escureço

Abro as janelas da alma, assim esfuziante

De sono lento, vivo acesa a madrugada

Vejo a vida passar no tic tac do relógio

Leio, escrevo e penso letras instigada

Faço da cama meu eterno refúgio

Meu quarto, em vez de dormitório

Serve mais como lugar de mil atividades

Poderia dizer que é purgatório ou escritório

Onde me perco em minhas futilidades e veleidades

Até que de sono lento, me deito enfim

Esqueço os problemas, deixo o sono chegar

Me viro, me cubro, chamo um anjo, um querubim

E de sono lento, não espero o dia raiar…