BILHETINHO AZUL
BILHETINHO AZUL
BETO MACHADO
Por onde andará o meu lirismo?
Pediu permissão, deixei,
Pra passear por perto.
Sumiu. Escafedeu-se.
Deve ter-se embevecido
Com o som publicitário
Que se aloja nos ouvidos
Da minha Comunidade.
Tomara que ele não aprenda
Aquela mumunha.
Aquela mentira que vende.
E vende repetidamente.
Não sei se ele voltará.
Mas se chegar com arranhões
De uma vida real,
Já tenho aqui, em mãos,
Um bilhetinho azul.
Não se perdoa os abstratos.