A NOITE CALMA

A noite calma

Duas velhinhas na calçada

A luz do barzinho

Com um bêbado contando história

O cão deitado no meio da rua

Ouço ao longe um garoto que chora

Suave a brisa me toca

Vagarosamente o sono chega

A alma se projeta ao infinito

Solidão no peito...

Tudo o que é vivo fervura na noite quente

No ceará é costume de toda gente sentar na calçada reparado no nada, contando vantagem, conversando nostalgia,

Lembrando dos que já não sentam.

Muitas histórias perdidas

Muitos costumes deixados

Muitos passos lavados pela chuva,

Que cai no asfalto.

O rastro da noite cintilante é levado

Pelas horas que o relógio marca

Já se pode deitar sem ser amado

Já se pode esquecer o dia frivido

A frigideira suja na pia

É hora de fechar o bar

De pegar o banco e entrar

De tomar o chá

Quem dera um chá de esquecimento

Durante um tempo uma prece um lamento

Ouço o silêncio

Todos foram dormir.

isaac santiago
Enviado por isaac santiago em 23/09/2022
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