noites

era uma noite cheia

de gente vazia

o olhar, doía, chegava a arder

de tanto padecer de ócio

como se fosse negócio

me tirou dalí

e falando me fez sorrir

daquelas pessoas

tão cheias de si, e vazias de amor

e no peito uma dor, chamada medo

de contar meu segredo

e ela descobrir

que eu estava vazia

como um balde colocado numa pia

mas que não abriram a torneira

e só transbordava de egoísmo e besteira

talvez outro dia

mas essa noite inteira

esqueço que sou vazia

e me encho daquele sorriso

talvez eu conte, talvez um dia

eu talvez nem seja preciso

Clarice Ramos

Clarice Ramos
Enviado por Clarice Ramos em 16/09/2022
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