Nada de moldes
O que é ser normal?
Não quero parecer com qualquer um,
Sou autêntico, original.
Ser diferente deveria ser sinônimo de especial.
Não repetir as mesmas caras,
Comportamentos ou falas;
Ser único, sair da monotonia,
Abrir a caixinha
Mostrar o que se tem de excepcional.
Neste mundo de pessoas tão diferentes,
Como mensurar as pessoas
Sob a mesma medida?
Por que não podemos experimentar o desconhecido?
Por que todos precisam ser "parecidos"?
Um modelo fordista de produção
No qual não há sentimento,
Nenhuma sensação,
Onde não existe coração.
A palavra em voga
Deveria ser autencidade
Sem medidas, apenas liberdade
Só assim é possível
Olhar as diferenças com empatia,
Entendendo assim
Que o problema
Não é falta de igualdade
Mas sim de equidade.
Neste mundo tão desigual,
Pensar em padronizar é paradoxal.
Se somos diferentes,
Somos tratados por "doente",
Tidos como anormais.
Afinal o que é normal?
Assistir todos os dias
Pessoas passando fome,
Sendo agredidas,
Exploradas, excluídas.
Por não fazerem parte
Desse padrão social?
Não se sensibilizar
Com um mendigo à rua
Porque passou a ser banal.
Se isso é natural,
Prefiro seguir sozinho;
Essa dita igualdade
Só me faz mal.