Dos meus direitos, cuido eu
Não diga que tenho direitos
Não venha me falar dessa letra fria
Como se fizesse parte do meu dia a dia
Como se eu soubesse o que quer dizer
Sou, como tantos, filho de degredado,
Extremamente marginalizado,
Sou mais um pobre coitado
Que na vida não nasceu privilegiado
Ouvi dizer que meus direitos
Atravessam os da nação,
Motivo do imenso desemprego
Que massacra tantos brasileiros.
São muitas fomes
Que alimento sozinho não sacia,
São demandas de todos os dias,
Aquelas que os tais direitos
Deveriam contemplar.
Andam falando por aí
Que esses direitos devem deixar de existir
Para enfim conseguir a fome extinguir.
Se os direitos deveriam a vida garantir,
A nossa subsistência suprir,
Por que estamos nesta situação?
Será que realmente apenas dizer não
Aos direitos é a solução?
A História mostra o contrário,
Não farei mais papel de otário,
Começarei a me informar,
Quero conhecer essa "lei marcial"
Cansei de ser tratado como marginal.
Obrigado por essa provocação!
Valeu a pena a reflexão.
Vou me apropriar dessas leis,
Disso virarei doutor,
Vou correr atrás do opressor
Para que em meus direitos
Nunca mais ponha a mão.