Louco no dia a dia

Louco, louco, louco

Anda sem razão

debaixo do poste

Fala sozinho

Só come um pão

Não olha pra trás

Rasteja no chão

Louco era é e será

Cara mal lavada

Sombra como companhia

Pé sem sandália

Não marca o caminho

Unha encardida

Mancha de ferida

Louco não estaciona, não abre portão

Não vive de bom dia

Nem de comunhão

Não tem vestimento

Ao passar num posto de gasolina

Estender a mão e receber um resto de comida

Seu futuro ele comeu

Alimentou o presente

Maltratado pelo passado,

Louco não é quem te viu,

É quem ti vê,

Não pensa, não crê,

Não tem ouvido agregado para concender

Anda de dia

A noite, luta pra sobreviver