Preso na garganta
Amanheceu e o sono
Ainda não bateu.
Mais uma noite
Nem vejo passar.
Será que sou eu?
Uma amiga me disse
Que já me acostumei
A me maltratar.
Não pode ser eu,
Esse pensamento
Não é meu...
Só sei que é mais forte
Do que eu...
Dele não consigo me livrar.
Já me falaram de ajuda
Mas não sei a quem procurar.
Falam de um setembro amarelo
Como se somente neste mês
A depressão viesse me visitar.
Amarelo?... Por que dessa cor?
Se o sinal está verde
E a tempestade do meu coração
Se apossou.
Eu queria quebrar esse elo.
Não quero mais ouvir...
Ele tenta me convencer
Que não há mais nada a fazer
Que esse sofrimento
Que queima meu peito
A morte é único jeito
Só ela podê-lo-á remover.
Viver para quê?
Cansada de lágrimas verter
De esperanças não encontrar
De no meu quarto escuro
Me esconder
De alguém à porta sempre ficar a bater
Dizendo que ainda posso escolher
Quando só vejo uma opção
E não é amarelo, é vermelho
Cor do meu sangue
Que não canso de pensar
Em deixar correr.
Quem sabe assim
Essa dor possa extrair;
Quero com ela acabar
Tento gritar por socorro
Sem ninguém a escutar
Basta! Vou à morte abraçar...
Não sei como aconteceu,
Alguém me resgatou,
Acordei em uma clínica,
Um tratamento iniciou.
Quem sabe assim
A esperança se apiede de mim
Eu a volte novamente a ela sentir.