Lá Loba
Existe uma anciã e uma jovem que habita em cada uma de nós.
A sabia selvagem que remexe os ossos e os vai montando, como em um quebra cabeças de histórias, de vidas, de gerações.
Ossos que cantam as dores e alegrias, geram a vida no útero, nas entranhas da existência, da essência que somos.
A guardiã que habita em cada uma de nós, vela, cuida e conserva a riqueza maior da vida, abre os olhos, se enche de entusiasmo e corre errante, com a força que adquiriu no remexer dos ossos, das estruturas internas, do mais profundo de seu ser.
E preciso libertar o uivo da Lá Loba preso e sufocado no peito, o canto da criação.
Ana Lu Portes, Juiz de Fora, 01 de Setembro, 2023