Encarcerados digitais
Internet, redes sociais
Mundo de ilusão
Sem muros a cercar
Parece liberdade, mas é prisão.
Essa tal de globalização
Nos oferta uma "vida de Alice"
Só realizável na ficção.
É tanta felicidade, riqueza,
Beleza, grandeza
São corpos sarados,
Bronzeados, malhados
Parece que outro modelo
Neste mundo, não há.
Sigo me olhando e pensando
"Nele não posso entrar."
Uma amiga incoerente,
Me disse sorrindo:
_ Tem Photoshop pra tudo ajeitar!
Esse corpo não é meu!
Quem disse que aceito
Esse corpo que me deu?
Quero de volta
Minhas curvas, as rugas,
As manchas, as marcas.
Fatos que retratam a história
Que meu corpo está a contar.
A Internet deveria aproximar,
Distâncias encurtar
Mas não é bem assim
Famílias separadas,
Mesmo estando à mesa de jantar
Crianças são pela Internet (des)educadas
Pelos pais, negligenciadas,
Lembradas apenas nas horas
De fotos na Internet postar.
Ah, são tantas formas de solidão
Tantos tipos diferentes de prisão
Dentro desse mundo virtual
O importante é a aparência,
Não o intelectual.
Redes sociais grilhões de demência...
Vidas monopolizadas
Vazias, desprotegidas
Tornam-se vulneráveis
Pretes a um golpe levar.
Assim se vai vivendo
Buscando sempre o melhor enquadramento
Disputando a vida perfeita anunciar.
Bullying e difamação
São elementos nas redes
Que rapidamente causam destruição
Na vida de pessoas fragilizadas
Que muitas vezes têm a vida encerrada
Nunca mais conseguem se levantar.
Por isso fica a lição,
Preste mais atenção,
Basta de tanta exposição
É preciso medir
O que se vai postar e dizer.
Com seus filhos, tenha mais cuidado
Podem estar sendo vitimados
Enquanto em seu quarto,
Pensava estarem protegidos, guardados.
Quanto a você, não vá desaparecer,
Buscando modelos
De corpos e de jeito de ser
Você é especial!
Jamais se deixe perder!