Trovão Angelical
Arauto de voz forte,
Brado alto,
O que estás a anunciar?
Falange celestial,
Que protege a cada indivíduo,
A que distância dos viventes estás a ficar?
Se deveria haver alguém a me guardar
Por que surpreendido foi meu coração?
Como não pressentistes a cilada
Que contra mim tramavam
Desde a sua preparação?
Anjo da Guarda,
Por que não me guarda?
Por que não estás a me guiar?
Meu peito agruras aparecem
Chuvas em meus olhos
Começam a desaguar
Anjo que não guarda,
Distraído, sua lira deve estar a tocar
Enquanto eu errante,
Exposto aos perigos
Continuo a ficar.
Será que o problema sou eu?
Será que comigo estás a falar?
Eu, pecador que sou,
Não entendo a língua
Que no céu se deve usar.
Apieda-te de mim,
Meu anjo amigo,
Tu és meu abrigo
Com quem posso contar,
Sei que estás sempre comigo
Tentando dos perigo me livrar.
Não adianta, não consigo
A mensagem alcançar.
Façamos um combinado
Sempre que comigo
Comecares a falar,
Sempre que o inimigo
Artimanhas tramar,
Acorde-me como um trovão a soar
Sem susto, culpa ou medo
Entenderei que atenta
Preciso ficar.
Inimigo é como temporal
Não tem hora marcada
Nem se sabe o estrago
Que pode causar.