Elísio
Essa noite eu tive um motivo para amar
Nessa breve luz que acariciava o luar
Neste momento só na sacada
Escrevia sobre minha amada
Os deuses foram cruéis as minhas sete vidas
E achavam que essa maldição que tive era de midas
Sou grato pela minha bagagem herdada
Deixarei este soneto para a pequena ada
Queria tocar-te pois já me cansei de tua imagem
Se sonho acordado contigo tenho certeza que é miragem
Então é essa a tal dor inspirada abençoada de um bardo
Ou apenas devaneios deste andarilho que atravessa o condado?
Entendo-te meu vô, o quão justo és este mundo
Que destroem suas rosas para continuarem imundo
Partilho de ti essa dor e também a tal benção
E dedicarei os versos para que todos escutarão
Pois há vida após esse fim?
Se sim o que essa vida quer de mim?
Chorarei meu mentor, mas em segredo
Pois ensinar-me a escrever sem este medo
Continuarei vagante com estas bagagens dolorosas
Quem sabe esses versos um dia sejam acompanhado com buquê de rosas