Repetição
A autocomiseração precisa parar
Precisa para agora
Parece que não vai parar nunca
Estou em frangalhos
Pareço estar pela vida perdido e vagando
Sempre com a respiração pesada
Uma neblina grossa seduz meu olhar
Já passa das três da manhã
De novo a insônia
A me lembrar da vida
Da morte, da alegria e
De meu desalento
É tanta raiva que começo a cuspir
Todo minado por dentro
Então, levanto. Vou pra cozinha
É uma cozinha pequena, apertada
Sem mesa, sem cadeiras
E está em desordem
Na pia há pilhas de pratos
Deixo como está
Preparo meu café
Bem forte, sem açúcar,
Ao meu gosto
Está quase na hora
De começar o meu turno