Repetição

A autocomiseração precisa parar

Precisa para agora

Parece que não vai parar nunca

Estou em frangalhos

Pareço estar pela vida perdido e vagando

Sempre com a respiração pesada

Uma neblina grossa seduz meu olhar

Já passa das três da manhã

De novo a insônia

A me lembrar da vida

Da morte, da alegria e

De meu desalento

É tanta raiva que começo a cuspir

Todo minado por dentro

Então, levanto. Vou pra cozinha

É uma cozinha pequena, apertada

Sem mesa, sem cadeiras

E está em desordem

Na pia há pilhas de pratos

Deixo como está

Preparo meu café

Bem forte, sem açúcar,

Ao meu gosto

Está quase na hora

De começar o meu turno

Iuri Oliveira
Enviado por Iuri Oliveira em 03/08/2022
Código do texto: T7574132
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