LIVREMETRIA - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros

LIVREMETRIA - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros

Livremétrico, tropeço em redondilhas,

Ilhas trôpegas chocando-se com o mar,

reconstruo, em cada verso, minhas trilhas

e prossigo... que vontade de sonhar!

Xingo a pedra, enlaço minha fantasia.

Nuvens claras no azul do meu olhar -

mais castanho no aconchego do meu dia -

nunca inibem cada pedra que eu chutar.

Se olho a luz, esqueço a sombra surreal

que se move cada vez que eu prossigo,

meu abrigo é o pensamento original

rastreando todo amor onde me abrigo.

Desconfio de mim mesmo, quando invento

pensamentos... num mundo tão copiado,

tanta tese vã carente de argumento,

tanto tolo vomitando doutorado.

Bom seria que a arrogância sem sentido

e a inútil prepotência arbitrária

se rendessem ao mundo mais colorido

da poesia de viver... tão necessária.

No passado, encontro honra e humildade,

energia, estratégia, resistência

e lirismo... força e dignidade...

ancestrais... se contrapondo à dor da ausência.

Que poeta sou? - pergunto-me... e sorrio -

ante tanto desafeto que compete,

velhos passos diluídos no vazio.

onde o sonho que me dou não se repete.

Se sou sombra, há uma luz que me ilumina,

na retina, guardo luzes mais sensíveis,

que abençoam passos nus da bailarina

que flutua nos meus sonhos mais visiveis.

Os poetas são assim : reinventores

dos amores que a solidão recria...

quando sofrem, só consertam suas dores,

com lirismos sedutores de poesia.

Desarrumo a razão com fantasias,

há alegria em tudo aquilo que eu sonhar.

raciocínios vãos condenam utopias,

e um poeta como eu, vive... de amar.

Às 19h e 44min do dia 23 de junho de 2019 do Rio de Janeiro Brasil. Publicado e Registrado no Recanto das Letras.