Epa!
A rotina é um perigo!
De rota traçada
Se perde o que emerge
Usa-se tapa olhos de cavalo
Persegue um destino - trajeto
Ida e Volta
E o entorno?
E a vida acontecendo?
E a vida sendo?
Há que se criar
Brechas na rotina!
Não sei se os dias adultos
São mais curtos
Ou se os dias da infância
Dias de outrora
Se faziam grandes
Se faziam produtivos
Para olhos curiosos
Que sonhavam ganhar
A vista de todo quarteirão!
É, os olhos da criança
Alcançam primeiro o rodapé
Para só depois que ela
Fica em pé
E na medida em que cresce
Poder alcançar novos horizontes
E logo logo lhe apresentamos
A dona rotina
Que pode ser só retina
Enquanto forma de ver a vida
Ou pode enrijecer
Tirar a criança da sua
Genuína espontaneidade
E colocar-lhe nos moldes
Daqueles que se endurecem
Armadurados,
Amargurados,
Fazedores,
Feitores
E não mais atores,
Construtores de terrenos afetivos,
Sonhadores.