Epa!

A rotina é um perigo!

De rota traçada

Se perde o que emerge

Usa-se tapa olhos de cavalo

Persegue um destino - trajeto

Ida e Volta

E o entorno?

E a vida acontecendo?

E a vida sendo?

Há que se criar

Brechas na rotina!

Não sei se os dias adultos

São mais curtos

Ou se os dias da infância

Dias de outrora

Se faziam grandes

Se faziam produtivos

Para olhos curiosos

Que sonhavam ganhar

A vista de todo quarteirão!

É, os olhos da criança

Alcançam primeiro o rodapé

Para só depois que ela

Fica em pé

E na medida em que cresce

Poder alcançar novos horizontes

E logo logo lhe apresentamos

A dona rotina

Que pode ser só retina

Enquanto forma de ver a vida

Ou pode enrijecer

Tirar a criança da sua

Genuína espontaneidade

E colocar-lhe nos moldes

Daqueles que se endurecem

Armadurados,

Amargurados,

Fazedores,

Feitores

E não mais atores,

Construtores de terrenos afetivos,

Sonhadores.

Renata Borges da Costa
Enviado por Renata Borges da Costa em 29/06/2022
Código do texto: T7548673
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