Sobre a noite e a ciência
Cães enjaulados latem por trás das grades
Latido de dor pelo espaço roubado
finda a noite
Para além do ferro frio perfilado
A luz ergue-se do leste e repele o escuro
Começa o dia na cidade
A monotonia caótica se instala
As avenidas vomitam movimento e ruídos
A névoa escura de líquidos carbonizados
Tinge a pleura de pó preto
No despertar de um novo dia
O fogo que traz a luz
Alimenta a grande cabeça racional
A luz corre para oeste
Num espaço é infinito
O cão se alimenta da ciência
Nos fundos de sua jaula
Sim, a Terra nunca foi plana
e a luz que afugenta a noite
Torna o dia belo e também cáustico
Nessa trilha, luz e sombra
Retroalimantan-se.