TRANSEUNTE SORRATEIRO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros
TRANSEUNTE SORRATEIRO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.
Dissimulado, transeunte sorrateiro,
o tempo segue, ad eternum, o seu trajeto
Como um cometa, um albatroz cruzando azuis
Ou só um barco deslizando, abrindo a vela...
Os anos voam, de Janeiro a janeiro,
A vida segue seu percurso inquieto,
Um sonhador busca o silêncio que o seduz,
Querendo a luz que reproduz sua aquarela.
Eu ? ...risco um verso, outro mais, mais outro ainda,
O dia finda e eu nem noto... absorto
Num porto, o olhar de uma mulher, a noite... a lua,
A rua, o povo... uma flor frágil, tenra, e... linda,
Um galho seco, uma alegria, um riso morto,
Uma verdade incontestável, nua... e crua.
Há, nos poetas, um destino luminoso:
Criar enredos onde cada alegoria
É luz e bênção desfilando na avenida
Da abstração... e tudo é tão maravilhoso,
Que até o amor brinca de dor com a fantasia
E esquece o tempo que atropela a própria vida.
Às 18h e 23 min do dia 4 de abril de 2022 do Rio de Janeiro. Registrado e PublIcado no Recanto das Letras.