AMAMBAI...O Banho nos Jipões!
Hoje amanheci com vontade de falar de ti!
Relembrar em versos e prosas seus encantos de quando guri.
Suas areias de ruas e estradas que incomodava adultos e alegrava nossa infância.
Como era bom ver um jipe atolado!
Aí ver meu saudoso tio Alceu xingar a máquina que não vencia o complexo areal.
Como era bom lavar os jipões traçados em trecho do rio panduí.
A gurizada ficava de olho nas latarias embarradas e nos ‘grudes verdes’ que se acumulavam nos para-lamas.
Era indício de que o veículo estava pronto pra ‘farra’ do rio panduí.
Lá ia a máquina cheia de molecada, entre vizinhos e primos.
Espremiam-se quantos cabiam.
Lá chegando já tinham outros jipões de várias cores no banho da gurizada.
A ‘farra’ estava anunciada.
Mas, antes era crucial expor as longas braçadas naquelas águas misturadas de lama.
Aí vinha a primeira advertência:- Gurizada, vocês não vieram aqui pra brincar!
Era hora de fingir trabalho, imaginava eu!
Triste era quando me mandavam escovar tapetes. Eu tinha que sair da água!
Mas, entendia que era ‘osso do ofício ‘. Fazia rápido e voltava para o meio do rio. Era hora de enxaguar!
Aí ficava torcendo para quando a máquina fosse sair que ficasse atolada!
A gente mais que depressa já sabia o que fazer. Novo banho com mais lama pelo corpo.
Os respingos das rodas traçadas enchiam nossa cara de barro molhado!
Aquilo era o máximo!