Amar Amaro

Amar o perdido

deixa confundido

este coração.

Nada pode o olvido

contra o sem sentido

apelo do Não.

As coisas tangíveis

tornam-se insensíveis

à palma da mão.

Mas as coisas findas,

muito mais que lindas,

essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade, em “Amar-Amaro”, no livro “Carlos Drummond de Andrade – Antologia poética” [organizada pelo autor]. 54Ş ed., Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 238.

Carlos Drummond de Andrade
Enviado por Luís Lemos em 05/05/2022
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