Palco trágico da vida

Essa sonoridade explosiva é intensa

Quando jorra esse sangue humano!

Nesse palco trágico dessa cruel vida

Perante todos cambaleias e tombas

E não há nenhum vestígio de prazer

A lâmina corta e o chumbo penetra

Nas vísceras úmidas da dor latente

O teu primal clamor é desesperador

No último instante ofegante por ar

Na força visceral que luta pra viver

Almejando esse último ávido desejo

Num instante similarmente eternal

O coração deixa de pulsar no peito

E essa vida desse pálido ser se esvai

A mente já não vê o real da realidade

Agora tudo é similar como imaginação

E um filme passa pela a tua consciência

E foge à tua coragem e se torna ausente

E tu busca incessantemente sobreviver

E já é tarde demais e o pior já aconteceu

Esse espírito da morte veio te encontrar

Tu tornar-se incrédulo em crer no óbvio

Querendo viver de novo a tua vida aqui

Esse desespero é assustador e terrível

Tu gritas ao vê o teu corpo na rua e só!

E percebe que já perdestes a tua vida

Ao encontrar a tua face tão perplexa!

O conflito do fim da existência acabou

E assim tu assistes o teu próprio funeral

E as lágrimas caem copiosa de tua face...

E os teus amigos e inimigos contemplam

A dor sentida e fingida por sua vil morte

É o fim inevitável para todos que vivem

Não existe sono profundo ou descanso

Tudo é vida, a vida é vida que se segue.

TEXTO DO LIVRO:

ABSTRAÇÃO POÉTICA. 2017.

Déboro Melo
Enviado por Déboro Melo em 30/04/2022
Código do texto: T7506288
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