O último cálice de Dionísio
Este bardo não vai pôr a culpa no vinho
Exaltará sua musa sóbrio e com fervura
Pois esse deveria ser o meu eu lírico
Um homem que suporta tudo com bravura
Perdoe-me pai, pois não irei brindar junto a ti
Pois ainda sou aquele garoto sofrido
Não quero sujar nenhum sangue com meu elixir
Eu não suporto mais ver aqueles olhares de cão arrependido
Eu me levei ao domínio de cronos
E ele me devorou e me trancou até o momento
Eu queria sim conquistar Gaia e fazer mais que outros
Talvez seja essa ganância de abrir aquela caixa, Pandora guarde meu pensamento.
Zeus novamente traiu minha confiança
Nesse tanto rancor que me resta e fez de mim humano
Talvez o cúpido seja apenas uma criança
Mas essa dor ecoará por todo reino mundano
Afrodite, você sabe o quanto sofri
Apolo também sempre esteve ao meu lado
Mas feito hermes eu apenas corri
Pois tinha raiva para me sucumbir ao pecado
Era veneno em meu verso?
Cálice, humano você não sabe o que diz
Então leve-me a justiça do congresso
E provarei que o certo eu sempre quis
Esses versos são livres para dizer o que puderem
Encantem todas as mulheres
E exile minhas tristezas para onde quiserem
Pois desse vinho beberei o quanto puderes