A ressaca de atenas

Não usarei mais do álcool como desculpa

Nem sequer afogarei minhas mágoas nele

Acredito em fim ter alcançado minha paz

Tudo tem seu tempo e eu perdi toda a pressa

Hoje sei o quão estúpido é aquele cúpido

E já perdi de vista pra onde se voaram meus versos

Porém sei que me conhecem em lugares que nunca pisei

Já chega de ser apenas o bardo a procura de um herói

Quero ser o tiro de estopim que move a multidão

E recuperar-me com fervor de outra ressaca

Quero viver aqueles contos que viram lendas

E ter a gravura marcada em meio a história

Terei o punho firme em uma espada

O olhar cerrado que observa o abismo

A presença forte que abala os fracos

E o fígado do último a sair de uma taverna

Serei aquele que subirá o monte mais alto

E de lá eu gritarei para o grande e vasto mundo

Até onde mesmo os horizontes podem alcançar

Que em meu conto um novo herói irá retornar

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 29/04/2022
Código do texto: T7505874
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