A ressaca de atenas
Não usarei mais do álcool como desculpa
Nem sequer afogarei minhas mágoas nele
Acredito em fim ter alcançado minha paz
Tudo tem seu tempo e eu perdi toda a pressa
Hoje sei o quão estúpido é aquele cúpido
E já perdi de vista pra onde se voaram meus versos
Porém sei que me conhecem em lugares que nunca pisei
Já chega de ser apenas o bardo a procura de um herói
Quero ser o tiro de estopim que move a multidão
E recuperar-me com fervor de outra ressaca
Quero viver aqueles contos que viram lendas
E ter a gravura marcada em meio a história
Terei o punho firme em uma espada
O olhar cerrado que observa o abismo
A presença forte que abala os fracos
E o fígado do último a sair de uma taverna
Serei aquele que subirá o monte mais alto
E de lá eu gritarei para o grande e vasto mundo
Até onde mesmo os horizontes podem alcançar
Que em meu conto um novo herói irá retornar