Prostração
Palavras já não bastam,
não ressoam, não curam!
Sou só ferida nessa saudade,
que cresce a cada dia, alastrando-se,
imperceptível, em desalento...
Sua ausência me atordoa!
Corrói o que sou, esse nada que resta.
Já não há mais a ilusão dos tempos ardentes,
em cada instante desse abandono e caos.
Não posso viver nessa ausência constante,
sem seus beijos que me acalentava,
que vigorava meus instintos, nesses desejos.
Não posso navegar mares calmos, nessa vida!
Sou só desânimo, prostração!
Estou só no alvor dessa madrugada erma.
Sou só tristeza nesses caminhos de desertos,
acalentando esse difuso dia de meus ecos.
Resta a tarde erma, desse dia frio,
dessa noite solitária, nessa fragilidade.
Resta o flagelo dessas ilusões quebradas,
essa lassidão entorpecida nessa moradia nua.