Oh, noite!

Oh, noite!

Tristonha é a tardinha morre no horizonte

Perdendo a luz pouco a pouco se vai…

Num breu surge a noite, vem detrás do monte

Mudando o cenário trazendo meus ais.

Oh, noite! Quem dera ficasse escondida;

Não surgisse agora que estou recordando

Do tempo de outrora nos braços da vida

Feliz eu vivia co' o amor me acenando!

Nesta escuridão sem estrela, sem lua.

Somente a tristeza me faz companhia!

Este desamparo me faz sentir nua

É tanto o silêncio que até me angustia.

O tempo não passa e dormir não consigo;

O sonho voou com as asas do vento

Deixando um vazio, uma falta de abrigo;

De braços, de afagos… só por um momento.

Oh, noite! Chegaste qual um furacão;

E tão enfadonha trouxeste cansaço

Deixando oprimido todo o coração!

Agora sozinha não sei o que faço

Para suportar esta vil solidão!

Márcia A Mancebo

26/03/2022