Doce de Buriti
Por Nemilson Vieira de Morais (*)
— Doceiro, cadê o doce que te pedi?
— Que doce é esse freguês?
— Desculpe-me, juro que não ouvi!
— Se este adoçar a palavra, a vida…
Prometo que já lhe dou.
Doce assim que nem esse nunca faltou.
É o doce que muito amo, igual nunca vi.
Embora bom também, meu doce de preferência não é de manga, caju, mangaba… é o doce de buriti.
Doceiro?
Ainda guardo fresquinho na lembrança o sabor, desse doce caseiro.
Desde pequeno, era o doce que mais queria; meus irmãos, quem menos o comia.
Ao comer...
se tivesse alguém desehoso a querer, por certo não ganharia.
Tenho saudade daqueles dias… de doce viver primaveril, que tínhamos.
… Em que, os doces de buritis, que saboreávamos,
de tão gostosos que eram, até os dedos, lambíamos.
*Nemilson Vieira de Moraes
Acadêmico Literário