APAGÃO ATÉ DA LUA
Uma faisca no céu
Acompanhado de um apagão
Um corpo se desequilibrando...
E o barulho de um copo
Caindo ao chão.
Ao seu redor sem serem vistos
Um líquido e os cacos de vidro...
Respirações ofegantes ...
Olhares e corpos trêmulos.
Não se conseguia ver
Dois palmos à frente do nariz
A única certeza que tinha
Era o cheiro de vinho ao chão.
Visualizava dois vultos
Se sabia ser um deles
Masculino em virtude da voz,
Uma voz cavernosa que
Transmitia medo...
Não sei se por medo
Nem a lua era vista...
Escondeu-se entre as nuvens
E_S_C_U_R_A_S...
Subitamente avistou-se
Por instantes de segundos
Um pouco da luz da Lua
E reflexo de um metal
Na mão do vulto masculino...
Que ecoava a voz tenebrosa.
O medo se tornou maior
Na realidade tudo causava
Um terror indescritível.
Não sei qual deles o maior
Se a escuridão, a voz fúnebre
Ou o reflexo do metal...
Bruscamente veio uma luz
Do sobrado de cima
E duas gargalhadas
Pois se percebeu claramente
Que no momento do apagão
A menina tropeçou nas pernas
Da cadeira do rapaz de voz
C_A_V_E_R_N_O_S_A
E o brilho do metal que
O mesmo trazia na mão
Era a sua gaita.
Jujulia Guedes