Voando com pés no chão
Nesses dias onde não importa qual feira é, segunda à sexta todas igualmente feiras cheias de barulho e fedor.
Onde a monotonia e repetição se torna um caos que ninguém entende.
Estava eu no chão, veloz, duas rodas.
Estava um avião no céu, veloz, duas asas.
Me vi
O vi
Me vi nele
Enquanto eu seguia, ele seguia sua rota.
Chão e céu por um instante apenas: rota.
Seguíamos, caminhos opostos, mas não pude deixar de sentir um pedaço meu voando lá, voando alto, voando mais alto que o pássaro de ferro.
Também não pude continuar a olha-lo e meu caminho chamava a atenção.
As feiras gritavam por mim.
Mesmo sem nenhuma explicação.
Voar é para pássaros e ferros.
E eu sou apenas pés no chão.