A DOR DE UMA MÃE
O dia finda e adormeço,
Mas não esqueço,
Aquela mãe em pranto,
Esperando o corpo do filho,
Em seus olhos, o único brilho
Era uma lágrima de dor.
Pela janela do carro
Naquele instante bizarro
Em que eu passava por ela,
A mãe, de rosto conhecido,
Mas pálido e sofrido,
Cortando meu coração.
O filho, sadio e "peladeiro"
Jogando na quadra o dia inteiro,
Sofreu um baque em sua cabeça
Levado às pressas para outra cidade,
Acabou na UTI
E findou por partir…
Acabando com o sorrir
Daquela mãe que nunca mais
Verá o seu jardim florir.
Seguindo minha viagem, pensei:
Ó meu Deus, por quê?
Vi uma mãe com tamanho sofrer.
Como pode uma mãe passar por isso!
Então lembrei do sofrimento de Maria
Vendo Jesus na agonia
Lá no pé daquela cruz.
Era preciso aquele momento de dor.
Embora, por ora, não se entenda o "andor",
Confiemos Naquele que nos conduz;
Pois, creiamos! Não há glória, sem cruz.
Ênio Azevedo