AQUARELA OCULAR - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros.

AQUARELA OCULAR - Luiz Poeta Luiz e Gilberto de Barros.

Quando a dor me pega, não me desvencilho...

deixo o Criador fazer o meu destino,

com a ingenuidade tola... de um menino,

querendo entender, de cada estrela, o brilho.

Filho já sem mãe, prossigo na jornada:

se a cruz é pesada, não sou Deus... descanso...

olho o horizonte, descubro um remanso,

depois sigo em frente, iluminando a estrada.

Um peixinho nada, uma flor se abre,

no arame... farpado... um canário canta,...

uma borboleta... azul... tudo me encanta

não sou mais guerreiro... jogo fora o sabre...

Sinto-me mais velho... um doce aventureiro,

numa harleydavdson ao sabor do vento,

cruzando uma nuvem com meu pensamento,

que não mais se arrisca, mas chega primeiro.

Meu voar é leve, sonhos nunca pesam,

por este motivo,

quando a dor me chega,

sem ser convidada, o sonho se aconchega

e meus sentimentos comigo se elevam.

Olho a natureza, sou tão parte dela,

busco uma aquarela no meu próprio olhar,

sinto-me tão leve solto sobre o mar,

pousa a juventude na minha janela.

Meu olhar desmente trôpegos narcisos,

tenho o que preciso... às vezes me deprimo...

mas se sinto dor... o amor nem dela é primo,

logo, nunca rimo dores com... sorrisos.

Às 17h e 51min do dia 5 de março de 2022 do Rio de Janeiro - Marechal Hermes - Brasil.