Anatomia de uma poesia
Vejo o que meus olhos
Não veem ...
Antevejo o silêncio
da Paixão.
M_I_R_A_G_E_M
Nos momentos da solidão.
Sinto seu corpo
Pelo meu perfume
Surpreendo-me
Degustando você
Na sua imaginação.
Inspiro-me no mar...
Perco quando à procuro,
Não me acho mais em mim.
Na imperfeição dos pensamentos.
Quando aprecio vinho
Encontro-me no seu olhar.
Já não tenho identidade
O silêncio me evita pensar
Miragem é o ontem,
Estou presa no amanhã.
sinto meu corpo
Nas tuas recordações
Impossível é amar
Na desorganização
De quem está dentro
De uma onda do mar
Sendo levado pra areia.
Não quero o amanhã
Pois já não tenho o hoje
A única coisa que tenho
É a minha ausência de mim mesma.
A lua na imensidão do céu
Aparenta está sozinha.
Nada é por acaso
O acaso pode ser nada
O nada pode ser tudo
Menos uma poesia,
Contudo pode ser um pensamento
Uma inspiração...
A única certeza que tenho
Nesse devaneio da poesia
É a de que meu coração pulsa
E que há vida nele
Destino ...?
Só acredito nos que eu faço.
Já que pra acreditar nos outros
Eu tenho primeiro que acreditar em mim.
Jujulia Guedes